A OLX acaba de anunciar a conclusão da compra da plataforma de classificados online Zap Imóveis. Com a transação, no valor de 2,9 bilhões de reais, a OLX se prepara para mudar não só a forma como o brasileiro consome imóveis, mas também como o mercado imobiliário atua.
A transação já foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e agora a OLX começa a dar os próximos passos rumo à consolidação do negócio. Os 60 milhões de acessos mensais da empresa se somam aos 50 milhões do Zap Imóveis e da Viva Real.
O plano passa principalmente pelos investimentos em tecnologia. Segundo o executivo, a OLX vem investindo em inteligência artificial e machine learning para otimizar a experiência do usuário. No caso do setor de imóveis, o motor de busca da plataforma entende em qual fase da procura o usuário está e recomenda não só outros imóveis, mas também produtos como móveis, por exemplo.
Além disso, os algoritmos da OLX podem detectar se há risco de fraude em determinada transação e então o sistema pede automaticamente mais documentações para validar se o negócio é seguro.
Do outro lado do balcão, a empresa quer mudar a forma como imobiliárias e incorporadoras fazem negócios. Segundo o executivo, o novo grupo será muito mais assertivo para estas empresas. No caso de imóveis novos, são as incorporadoras que fazem o marketing e as vendas e elas poderão continuar anunciando os lançamentos nas plataformas da OLX. Já para usados, as imobiliárias continuarão utilizando a plataforma da OLX, do Zap e Viva Real.
Além disso, a OLX prestará serviços para construtoras, com o time Data Zap, por meio de ciência de dados e relatórios que ajudam profissionais do setor no momento da tomada de decisão sobre onde investir em construções, com recomendações de localização.
“Seremos muito mais relevantes para imobiliárias e incorporadoras, que investem em outros canais que não são tão eficientes. Conseguimos melhorar a experiência de todo o ecossistema.”
Com a união das operações da OLX e do Zap, além da Viva Real, a nova empresa espera complementaridade. Segundo Oudshoorn, em imóveis o ZAP é mais forte na região Sudeste e, a OLX, no Norte e Nordeste.
Ele explica que a OLX tem um modelo mais horizontal, com experiência de busca integrada em que o usuário pode ver não só imóveis, mas carros e outros produtos, enquanto o ZAP tem filtros para uma busca amplamente acertada de imóveis por região e até ruas.
O executivo avalia que, no tradicional mercado de imóveis, a digitalização na compra, venda e locação foi acelerada pela pandemia. “O consumidor já era digital, mas o setor inteiro ainda era muito offline.”
Outros negócios
Além dos investimentos no segmento de imóveis, a OLX ainda tem no mercado de carros sua principal fonte de receita. Segundo Oudshoorn, a plataforma é líder nas transações de compra e venda de carros usados.
“Estamos investindo para resolver problemas ao longo da jornada de compra. Financiar o carro e transferir a documentação são atividades que ainda são offline, mas aos poucos estão se digitalizando e queremos fazer todo esse processo da melhor maneira possível.” Para financiamentos de automóveis, a OLX tem parcerias com o Itaú e o Santander.
A empresa também entrou, recentemente, no negócio de meios de pagamentos. A companhia lançou uma carteira digital, a OLX Pay, para facilitar as negociações. O usuário pode pagar com garantia, uma vez que a plataforma só libera o pagamento para o vendedor se o comprador confirmar que está tudo certo. “É simples e acessível”, diz Oudshoorn.
A OLX Pay será gratuita para os compradores da plataforma, mas os vendedores terão que pagar uma taxa de administração, algo comum neste tipo de iniciativa. “Vamos aumentar a receita proveniente de serviços financeiros, há muito potencial porque esse processo ainda é amplamente analógico.”